Desde criança sua família te acolhe, te protege, te ensina. Voce cria laços com seus irmão e seus pais e gerando um amor incondicional, sem cobranças, sem preço.
E qual seria a descrição para o outro amor, o amor do seu parceiro?
Ou qual seria a verdadeira descrição pra o amor?
Há quem diga que o amor é fogo que arde sem se ver, ferida que arde e não se sente.
Há quem diga que o amor é sofrido, ciúmes, discussões e quem sabe até entre "tapas e beijos".
Há quem diga que amor é aquele que "mexe com aminha cabeça e me deixa assim, que faz eu pensar em voce e esquecer de mim. Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver.”
...
Meu primeiro AMOR...
O PRIMIERO amor sempre é marcado, nunca esquecido.
Sei que acontece muito com as meninas, já os meninos, não sei se isso é tão marcante quanto pra nós.
Estava na 8º série. Devia ter meus 14 anos. Comportada, inteligente, sentimental, notas máximas... sempre.
Todos falavam de um rapaz pra mim, que eu iria adorar conhecê-lo. Ele é tal, é isso e aquilo. A partir desse bafafá começou a surgir uma pontinha de curiosidade, “quem será esse tal que eles tanto querem me apresentar?”.
Lá na cidade de Sertaneja, onde morei até meus 16 anos. Todos os anos tem os jogos escolares e inter-classe ONDE reuni muitas pessoas de várias cidades vizinhas pra acompanhar, paquerar e conhecer novas pessoas. Onde o ginásio esportivo ficava lotado de gente, ainda mais no primeiro dia que era a abertura dos jogos. Onde, eu e minhas amigas, estavam dando “uma volta” em volta do ginásio naquele muvuca de gente indo e voltando, comendo e conversando, gritando e cantando, quando vi de longe um olho que me chamou a atenção, mas sem nenhuma pressa... em seguida, os dois olhos, a boca e por final o corpo inteiro, eu olhei e ele olhou pra mim durante alguns segundos. Passamos um do lado do outro. Meu coração acelerou... tinha certeza que ele era ele.
Dormi pensando nele com o sorriso cortando meu rosto. Sabia que algo grandioso estava para acontecer em minha vida.
Passaram alguns jogos e ele apareceu por lá, veio conversar comigo, veio me conhecer. Vi nele o cara mais gentil, mais gente fina, mais carinhoso. Neste mesmo dia, andamos de mão dadas, abraçados e nesse mesmo dia nos beijamos. Reciproco ou não, estava feliz à beça.
Mas antes de tudo, vamos explicar sobre ele:
Um rapaz pra lá de galinha, bagunceiro, não gostava de ir à escola. Jogava um bolão que só ele. Tomava remédio pra cabeça e que até hoje não sei se era GARDENAL mesmo, mas sei que era desses de tarja preta. Não bebia nada alcoólico devido aos seus remédios. Era metade cowboy, metade boy. Um pouco envocadinho. Tinha um rosto perfeito. Sobrancelhas grossas e olhar profundo; devia ter seus 1,65, 14 anos. Tinha uma mãe engraçada E esquisita, uma irmã lindinha, adorável e super super super. O pai eu não conheci, mas devia ser meio esquisito também pelo que ele me contava.
E todas as histórias que ele contava, mesmo as mais cabreras sobre ele e suas atitudes ou até mesmo sobre as histórias cabeludas sobre sua família, não me faziam afastar dele e nem julgá-lo. Quem não tem histórias cabeludas??
Lá em casa, eles o chamavam de GARDENAL, SEXTA-FEIRA 13, CARA DE CAVALO. Mas pra mim, era o cara de cavalo que tomava remédio mais perfeito. O nome dele nada mais, nada menos do que GEYSON. ( Ele ficou bem famosinho entre minha família, acho que até minha bisavó conhecia a história )
Então, todos os dias que ele vinha pra cidade onde eu morava, nós nos encontrávamos e “ficávamos”. Isso foi tornando constante e ele foi tornando meu PRIMEIRO AMOR, meu primeiro namorado. Foi o cara que dava a blusa quando sentia frio. Foi o cara que fazia qualquer coisa pra não me sujar ou sentar em algum lugar molhado, ele tomava as providencias. Quando estava ao seu lado, meu coração batia mais forte, minha respiração ficava diferente, eu estava apenas ali, mais em nenhum lugar. E nem por um momento ele me desrespeitou e nunca tivemos ou insinuamos nesse TAL de “SEXO”. Naquele tempo nem passava em fazer amor com ele. Queria era estar com ele. AQUELE AMOR ME PREENCHIA.
Não ligava o quanto ele era galinha e o quanto as pessoas falavam que ele ficava com outras meninas, eu não importava, não sentia nada. Pra mim, éramos dois adolescentes apaixonados, um totalmente diferente do outro. O que importava era apenas o momento que estávamos juntos. Tudo era novo pra mim, esse amor, essa acelerada de coração, aquele frescor no peito, essa felicidade que me preenchia...
Meus pais começaram a ficar contra o que eu sentia, contra ele, contra meu amor. Falavam pra eu acabar com isso e “isso” foi me atordoando, deixando-me sem saber o que fazer, pois toda menina de 14 anos, dependente DOS PAIS, (uma MARIONETE) onde NESSA IDADE, os pais empoem MEDO ao invés de amor, talvez por falta de saber como agir ou pelo “conhecimento” da vida, ou pode ser que eles nunca chegaram a sentir, então o medo de não saber o resultado disso tudo, surge o medo, O MEDO do desconhecido. Ou empoe medo justamente para os adolescentes sentirem medo mesmo dos PAIS, para não fazer nada de errado, ou talvez eles pensem que, nesta idade, o melhor é SENTIR medo do que AMOR, RESPEITO, sei lá, como dizem “quando você tiver seus filhos ou quando você crescer, você vai entender”. Sei tbm, que todo mundo erra, os pais erram E OS FILHOS TBM ERRAM,. Mas tem certos erros que cometemos por medo que podem ter grandes conseqüências. E por esse medo que colocaram em minha cabeça, esses furacões que fizeram na minha cabeça, não me permitiram nenhum poder de escolha. A não ser obedecê-los.A revolta era eminente, as notas eram baixas, os pensamentos eram ruins, muita coisa era ruim em mim. Estava passando pelo “CABO DAS TORMENTAS”. E tudo na minha vida começou a ficar ruim.
Enfim, todos estavam contra esse amor. Fui obrigada a arrancá-lo de mim e não queria que ele pensasse que estava terminando por não amá-lo, então comecei a fazer certas loucuras, do tipo “tatuar” (não, não era com o BIC, era mais sofisticado ou mais idiota possível - compasso) o nome dele no meu braço – onde tenho vestígios até hoje. Era uma forma de provar meu amor por ele. E que amor inconsequente... Desnorteada.
Essa separação foi realmente triste. Meus sorrisos tinham sido arrancados de minha vida. Tive que engolir essa decisão silenciosamente. Meus pais transformaram os piores pais por estarem tirando esse momento da minha vida, essa experiência, esse amor de 2 crianças.
Não sei até onde iria esse amor, mas se fosse permitido, a cada dia que estava com ele, a cada momento eu pagava pra ver.
A decisão estava tomada, saídas não era mais permitida além de ir pra escola. E mesmo ele sabendo que não dava mais pra ficarmos juntos, mesmo sabendo que todos lá de casa não gostavam dele, ele ia me ver, ele ia só pra me ver... ia à minha escola só pra me ver...
Minha família fez uma lavagem cerebral e fez acreditar que tudo que eles vinham falando estava certo. Então, a partir daquele momento, aprendi a não caminhar com as minhas próprias pernas e que, pessoas que tomam remédio pra cabeça saem da normalidade (HAHAHA). Aprendi que devemos namorar pessoas “normais”. Aprendi que não devemos gostar de pessoas bagunceiras e muito menos galinhas - e por essa proibição, muitas mulheres sentem atraídas por homens desse perfil.
Aprendi que não devemos abrir nosso coração pra QUALQUER UM, devemos agir com a razão ao invés do coração, e isso entrou profundamente na minha cabeça. Aprendi que devemos namorar, casar com pessoas trabalhadoras, responsáveis, pessoas totalmente ao contrário do Geyson, que hoje, pode ser que seja o cara mais bacana do mundo, mais responsável, MAIS AMAVEL, mais tudo.
Meu coração ficou fechado desde então. Um meio de proteção contra mim mesma. Pra não sofrer, pra não AMAR como amei. Minha mente já tinha assimilado AMOR = TRISTEZA. Culpei, durante algum tempo, meus pais. Fui transformando o “Cabo da Tormentas” em “Cabo da Boa Esperança”, e fui vendo como tudo isso vem do passado, vem de “muito antigamente”, os avós dos avós dos meus pais, projetando seus próprios medos em seus filhos, seus netos, nossos filhos...
E meus seguintes amores, não posso dizer que era AMOR, talvez um amor plastificado, genérico. Aquele amor de posse, ciúmes...
Agora, cortei os fios da marionete e deparei apenas com a geladeira. Porra! Que mundo era esse que estava vivendo?? Agora sim, estou sentindo meus pés no chão. Agora sim estou sentindo a grama nos meus pés, o cimento, o azulejo, a sola do tênis... Agora sim, vou sentir as conseqüências das minhas próprias atitudes. Bem ou mal, vão ser minhas consequências. Vejo como uma das dádivas que consegui... esse amor por mim.
Procuro-o no Google, procuro no Orkut... nunca soube absolutamente nada sobre ele.
Até hoje penso nele...
“Como será que ele está? O que será que ele está fazendo?”
gostei... viu... hehehe... valeu apena, ler esse livro... kkkkkk... tem pessoas que marcam... né! certas ou erradas, todas contribuem na nossa historia!
ResponderExcluirEu te amo
ResponderExcluirTbm amo!
ResponderExcluirouvi dizer que ele ta casado com a Greice, que era minha paixonite quando aaborrecente na 7 serie
ResponderExcluirJá ouvi falar nesse nome , mas não tô lembrada da aparência
ResponderExcluirCaraca que louca e profunda essa historia, muitos dizem que nos arrependemos do que nao fazemos.
ResponderExcluirMas voce fez e nao estava em condicao de assumir decisoes "erradas", de ir em frente, entao voce fez o que deveria fazer, deu um off.
A percepcao dos pais eh uma coisa meio louca, pois pode ser muito positiva ou desastrosa, na duvida a obidiencia eh um caminho, o respeito, a submissao... (um exercicio para a vida)
Tudo na vida deve ser resolvido, se vc nao resolve um problema vc se trava para ir adiante. Isso deve ser resolvido, de alguma maneira. Vc pode acha-lo e talvez ele nem se lembre de vc; ou se lembre mas nao tem isso mais em mente, pq ele resolveu isso com ele, ou rola um flash back e ver no que vai da; ou vc desencana dessa historia e bola pra frente, vive outros relacionamentos liberta e que venham novos Geysons e vc seja uma nova Aline de 14 anos!
Bira Cosme
Bira, criar um filho, passar ou repassar ensinamentos à eles deve arrepiar do fio de cabelo até o dedão do pé, ainda mais quando chegam numa certa idade. A minha vontade até pouco tempo não era de ter filhos justamente pelo medo de tudo que posso transmitir à ele, medo de ser relaxada, medo de ser sufocante. Medo de ser responsável de colocar no mundo uma coisinha tão linda, tão maravilhosa. E hoje até penso na possibilidade...
ResponderExcluirQuanto a história entre eu e ele,as atitudes dos meus pais, sentimentos revoltantes e blá blá blá está mais que resolvida mas nunca esquecida. Ele fez parte da minha vida que marcou um bocado grande, por isso lembro dele com maior carinho, e se é reciproco ou não, sei lá!
Uma coisa dificil é largar de velhos ensinamentos que custam sair das minhas atitudes. Mas sou paciente, um passo de cada vez.
Esse trem de relacionar profundamente é um tanto assustador.
beijo